Não temos tempo, nem espaço. Aqui, os relógios não funcionam e não se usa qualquer tipo de calendarização, porque nós somos eternos. Estávamos lá quando O pregaram na cruz e estaremos lá quando se comer o último pedaço de carne, o derradeiro acto de canibalismo.
Somos do sonho e não conhecemos o nexo, pois os pesadelos caminham entre nós e a alucinação reina.
Estamos presos, mas somos mais livres na mata do que na liberdade da realidade - que é a maior das prisões.
E não temos nomes, porque os nomes não têm interesse. Somos um só, triste e cinzento, às vezes translúcido.
Encurralamo-nos voluntariamente para nos rebelarmos contra o encurralamento involuntário a que somos sujeitos; mas somos encurralados desde que nascemos, porque tinha de ser assim, porque fomos amaldiçoados ao primeiro choro.
Mas não temos tempo, nem espaço e somos anestesiados e não sentimos, ou sentimos mais intensamente...
Escolhemos sofrer às mãos de forças maiores e das nossas próprias mãos, do que às mãos do resto da humanidade.

- Sorri, estás a ser observada.


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Comentários:
Hum, a humanidade.
 
isto é demasiado bom
 
olá kate, li num blog sobre a ideia do rpg pós-Harry Potter e fiquei curiosa sobre isso. nunca percebi muito bem como funcionam esse tipo de coisas. consegues esclarecer-me? obrigada
 

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