Pois o meu querido R. espera-me junto à cabeceira, algumas
noites sem lhe pedir, outras porque o chamo com desculpas excessivamente
esfarrapadas. O facto é que me encontro nos seus braços vezes demais…não é
aconselhável, pois não? Oh, bem, eu acabo sempre por escolher o que não é
aconselhável.
Gosto muito de perguntas retóricas, são as perguntas em que
não se espera resposta, são o tipo de perguntas que se adequam às nossas
conversas. Porque, afinal, o meu R. é cor de nada e quem é cor de nada não
pensa (ou pensa apenas o que se quer).
Mas para quem é cor
de nada, ele anda até muito autónomo. Se és cor de nada, não ages sem eu pedir,
não tens temperatura corporal, não és capaz de provocar o mais pequeno estímulo
na minha pele. Se calhar estás a materializar-te, se calhar és uma recordação
da mata…
Não, continua, continua que estás a fazer um belíssimo
trabalho. Sinto-me demasiado sozinha para te deixar desaparecer.
Vou pedir ajuda à psicóloga para ver um curso que me ponha a escrever melhor. Quero investir primeiro nisto, pronto. E as saídas que se fodam, orgasmos fazem bem à crise.
Etiquetas: crenças, desordem da personalidade, do social, mata, r.
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