É possível queimar de dentro para fora?

Damon ponderava que se realmente existisse um inferno, um lugar de castigo eterno, esse inferno estaria situado dentro de alguns homens e seria, portanto, múltiplo. O dele estava lá, em chamas, todos os dias a reclamar mais um pedaço dele e a arder infinitamente.
Tinha mágoa por não poder ter feito mais no passado e, como um paciente depressivo, era sujeito a um desequilibro interior que não dependia de si ou das suas vontades. Conforme a depressão se deve à falta de balanço químico no cérebro e não pode ser eliminada simplesmente porque sim, os conflitos de Damon precisariam de anos de terapia para se resolver.
Ele era efervescente, não por conta da sua personalidade, mas por conta das características que nasceram consigo e que ele não tinha a capacidade de adulterar. Forças desreguladas lutavam entre si pelo domínio e era difícil manter a mente sã, quando qualquer coisa no seu ADN se recusava a cooperar.
Estava doente e, em ordem de se manter humano, era necessário que nunca se desleixasse; não havia deslizes, nem momentos de desprendimento total na sua vida, pois isso podia ter resultados catastróficos. Era preciso manter o foco.

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