Esta fome de carne faz-me tremer de medo, inquirir-me se terei em mim uma essência de canibal. Poderia ter sido uma deusa de beleza mística que comesse homens, mas as coisas com que sonhamos raramente equivalem à realidade. E a minha fome aplica-se apenas a ti.
Por isso, deita-te em mim, deixa-me rasgar-te as costas e morder-te os ombros depressa. É Natal e podemos manchar a neve de sangue; quem sabe o que pode nascer do banquete? Não uma Branca de Neve, com certeza, mas algo que, se calhar, não devo nomear.
Gosto quando prendes o meu lábio entre os dentes e quando me mordes o queixo. É estranha esta minha vontade de estar completamente em ti? Às vezes quero pedir-te que me devores por inteiro, que comas a minha carne e bebas o meu sangue para que nunca mais fique longe de ti, para ser parte de ti, para entrar no teu sistema.
Vamos sentar-nos à mesma mesa para sempre, porque tu és o único a quem posso mostrar esta fome e o único que a pode acalmar. Os outros são menos homens que tu, meu monstro predilecto. Os outros nem interessam, porque ninguém chega a esta casa onde estamos os dois.
É hora da refeição -
vem.
Etiquetas: ashtray heart, desordem da personalidade, ken
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