Também não estou habituado a cartas, nem a falar para estranhos, mas a minha irmã é que quis...acho que é para um trabalho ou coisa do género...ela lá sabe. A Lynn vê defeitos em tudo, digo eu, senão não andava sempre a tentar arranjar as coisas, nem era tão difícil de dobrar. Ela só se aproxima das pessoas quando quer, dizem que é muito paciente, mas eu acho-a teimosa. É, vou parar de falar nela, mas também estou aqui à toa sobre o que escrever.
Agora são três e cinquenta, mas da tarde. Eu sou o Roy, tenho 24 anos, não cheguei a ir para a faculdade e actualmente trabalho numa pequena cidade chamada Mountain Fall. Porque é que falas assim? Provavelmente só te estás a julgar mal a ti mesma.
Comigo só vira porcaria se for um assunto de relações...tenho tendência a meter-me com as mulheres erradas, mas felizmente parece que isso mudou. Não esperava mesmo encontrar alguém para poder amar nesta terra. Deves ter razão nisso da facilidade em conversar com estranhos, porque eu já te estou aqui a falar da minha mulher sem problemas nenhuns e isto de contar assim a minha vida não é nada habitual em mim.
Quereres ser bem vista pelos outros não é egoísmo nenhum, aliás, demonstras o contrário disso porque estás preocupada. Podes desabafar comigo, se precisares...prometo que não te vou ver de maneira diferente; espero que percebas a graça, cara a cara era mais fácil porque me bastava sorrir, mas por papel muda tudo. Mas a sério, eu não te quero apontar dedo nenhum, estou atento a ti e toda a gente comete erros, não é? Eu tenho uma irmã fantástica e passei a minha vida toda a afastá-la, agora arrependo-me. E se não fosse tão casmurro, não se perdia nada. Ninguém é perfeito, não te sintas assim.
Não sei bem o que mais te devo dizer, mas qualquer coisa, já sabes.

Um beijo,
Roy Lanter

Etiquetas: ,

Comentários:

Enviar um comentário