Tenho a avisar, para início de conversa, que qualquer tentativa de me prejudicar através desta carta estranha foi anulada. Pelo sim, pelo não, conferi o papel vezes sem conta e certifiquei-me de que é inofensivo...mas não penses que me vou ficar a corresponder com uma estranha - isto se não tiveres mentido sobre a tua identidade - e a dar-lhe os pormenores da minha vida. Não vou. Se, pelo contrário, estiveres realmente à procura de alguém para conversar, apenas para conversar, acho que se pode arranjar qualquer coisa. Mas não tentes brincar comigo, estou protegido,
I mean it.
Ok, desculpa a rudeza, não é minha intenção magoar-te, só me quero preparar para o caso de não seres uma rapariga inofensiva, nestes dias temos de estar atentos a tudo. Mas disseste que tiveste um acidente; como estás agora? Precisas de algum tipo de ajuda? Se precisares, não hesites em pedir, mais uma vez,
I mean it. Talvez o veado não fosse um veado, mas algum ser mais...perigoso.
Tem cuidado com essas invulgaridades, aliás, afasta-te delas. Há coisas neste mundo das quais é preferível não tomares conhecimento, se não tiveres as armas para as enfrentar. Mas, hey, coragem é o ponto chave e com um bocado de empenho tudo se consegue, portanto, se precisares de ajuda para investigar também me podes contactar. Não sei onde estás, não conheço essa terra de que falas, mas não te preocupes porque distância não é grande impedimento para mim...tenho os meus meios de transporte sempre a postos.
Não devias preocupar-te com a extensão da carta, eu não recebo muitas - muito menos desta forma -, logo, não me incomoda o facto de ter de ler. Fiquei curioso acerca da tua história, mas não vou relatar a minha vida, pois pode ainda haver o perigo de tu não seres Chloé alguma ou de teres enviado a carta propositadamente para mim.
Mais uma vez, vai atrás das soluções, defende o teu código se ele te levar a tal e sê corajosa. Nada é um bicho de sete cabeças e o problema da humanidade é a cobardia, a submissão, o medo de se fazer ouvir...Depois chamam loucos a gente como nós. Como eu, porque não sei como
tu és.
Se necessitares, não hesites em contactar-me.
Um beijo,
J
ps: Tive o cuidado de fazer o que pediste e tenho a certeza que a garrafa te chega às mãos. Não perguntes como porque eu não vou responder.
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