Há quanto tempo não nos falamos? Meu amor, tenho pena de não ter esfriado nada pelo tempo. Talvez existam curas que ele não se vê capaz de realizar ou talvez nem o tempo tenha coragem de se atravessar na tua frente. E, depois, como posso esperar que esfrie quando tu és quente, quente, quente e eu gosto de arder?
Ah, bom, tudo continua igual. As saudades apertam tanto, de vez em quando, que parecem mais sufocantes do que as tuas mãos no meu pescoço (sinto saudades de quando tinha as tuas mãos no meu pescoço). Queria saber como vais tu.
Continuo previsível. Sais como rei em todas as noites, em todas as horas de agonia, em todos os cerrares de pálpebras e punhos. Sais como rei em todas as coroações a que eu atenda: e eu atendo-as já de ceptro na mão, sem nem perceber que devo entregar-to de uma vez. Como fazes para a coroa não escorregar? A minha cai constantemente sobre o chão, mas tu nem piscas.
Rainha consorte, rainha de enfeite.
Tudo bem. Empurramos outro reinado com a barriga e, no final, só importa que mais ninguém ocupe o lugar do trono ao lado.
Etiquetas: ashtray heart, desordem da personalidade, ken
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