Da última vez, apertaste tanto as amarras que os meus pulsos saíram em ferida. E eu gostei.
Gracinhas à parte, eu não deveria fazer este tipo de coisas, pois não? Quer dizer, as mãos são as ferramentas de trabalho de uma escritora. Isso trava-me? Não. Lá estou eu a perguntar se trouxeste as algemas ou se precisas das minhas.

Porra, não é?

Posso bufar o quanto quiser: as palavras não vão cair na minha página. Para a próxima, é melhor que as arranques. Sim, corta-as e eu terei uma desculpa. É melhor acusar invalidez do que incompetência.

Ah, vá lá.

Sim, sim, já percebi que não fazes magia e que tens zero a ver com tudo isto, mas vou desabafar para quem? Posso fazê-lo com outros, mas outros não serão tu. É frustrante, auto-aniquilador, masoquista.

(Mas disso já tu sabias.)

Chegará o dia em que nem para ti eu conseguirei mover os dedos. E tu que te importas...ah, meu amor, dá uma ajudinha, mente para mim. Diz-me que uma musa há-de sussurrar palavras ao meu ouvido e que tu só vais amarrar quando eu pedir e que não vais cortar mais nada que seja meu.

Oh...uma tesoura? Para que raio queres...

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