vi uma menina na berma da estrada
tinha uma camisa cortada
e manchada de sangue
perguntei-lhe "é teu?"
e ela não me respondeu
sabia que devia fugir
apenas para prevenir
porque nunca se deve confiar
nos loucos da berma da estrada
mas fiquei
hesitei
esperei
e ela não me disse nada
com a sua camisa cortada
e manchada
a esvoaçar na escuridão
pergunto-me se seria solidão
aquela minha insistência
para aguentar a dormência
mesmo depois da noite cair
quando já não devia existir
nenhum viajante ao relento
dei um passo lento
em frente
para ela
através dela
e não havia nada ali
assustado
fugi
Etiquetas: poetry
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