A verdade é que Scott estava zangado com a irmã, mesmo antes de ela partir. Tinha apenas quinze anos quando foi levado para a Academia e se não fosse pela descoberta dela, ele não teria sabido tão cedo dos próprios poderes.
Entre ficar trancado numa sala e correr livremente pelo espaço lá fora, Scott sempre preferira a segunda opção e isso valera-lhe repreensões severas. A certa altura, as detenções deixaram de funcionar e ele acharia a suspensão muito mais agradável, se os pais não o tivessem colocado de castigo. Estar trancado no quarto era uma tortura.
Quando entrou na Academia, foi como se lhe decretassem uma detenção eterna e, ao contrário da irmã, ele nunca aceitou a ideia. Queria protegê-la daquelas pessoas, nas quais nunca iria confiar...mas ela zombava da sua boa vontade e continuava a tratá-lo como uma criança.
A raiva aumentou quando ela foi solta e ele não. Deixá-lo para trás, construir uma nova vida? Scott não tinha intenções de encontrar emprego naquele mundo louco e se evoluía na destreza paranormal, era apenas para poder usá-la contra os outros.
Atingiu o último estágio dos seus sentimentos, quanto o informaram do destino da irmã. Não apenas o destino dela, mas o seu fora igualmente arruinado. Agora sim, estava completamente sozinho e nunca seria capaz de perdoá-la por abandoná-lo.
E ainda que continuasse a ser o mais novo, o menos capaz, o mais inútil, mantinha a esperança de encontrá-la e fazê-la ficar ao seu lado. Era pouco, mas era a única família que restava.

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