Primeiramente, tudo é melhor à noite. Gosto de estar às escuras, a televisão não está ligada para me distrair, posso estar na cama e toda a gente dorme, por isso, há silêncio e privacidade.
Depois, a noite é a única parte do dia em que sinto que estou num hiatus...não sei, é o meio de tudo e eu gosto de estar no meio.
Também há sempre algo mais para fazer como ver outro episódio, escrever outra linha ou a simples dor de ter de separar-me do computador. Porque depois vou para a escola e mesmo que não haja escola, eu só vou voltar para ele daí a horas. Há tanta coisa que posso fazer agora, custa-me tanto quebrar a adição.
Dormir mete-me medo. Parte de mim é uma criança pequena que não quer ir deitar-se. Dormir é estranho...fico horas perdida num mundo que não é real, não sei para o que vou, não sei se vou ter um sonho ou um pesadelo, não sei se vou tornar a acordar. Mas apesar de serem horas, parecem segundos e é tão assustadora a maneira como horas passam sem que eu dê conta! Eu, inconsciente, num mundo que não me pertence e a pertencer a pessoas que não vou poder ver no dia seguinte.
Se for dormir, quando acordar vou estar mais velha, mais próxima do fim. Eu e toda a gente com quem me preocupo. Se ficar acordada, sinto que estou a prolongar o tempo, a congelar algum pedaço dele.
Acho que as últimas razões são a minha lógica esquisita de "se vou dormir pouco, mais vale não dormir nada". Pois, vejamos, dormir é desperdiçar horas em que estou viva e se vou estar cansada na mesma, por que não ficar acordada e aproveitar? A última mesmo é a excitação de estar a errar, a fazer uma loucura já que as minhas loucuras nunca foram muito iguais às das outras pessoas. A adrenalina afasta o sono.
Acho que é por isto. Ou então, na minha última vida, fui morta enquanto dormia.
Etiquetas: crenças, desordem da personalidade
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