Obrigada por me teres feito companhia. Estava desanimada, desiludida e não precisei de pensar duas vezes para escolher com quem queria passar as próximas horas. Queria-te a ti e precisava de ti.
Obrigada por teres esperado por mim lá. A viagem não custou a passar, sabendo que no fim te encontraria, sentado naquela rocha, a esperar que eu percorresse o areal.
Desculpa, mas esqueci-me do resto. Talvez me tenham apagado as memórias, talvez o que aconteceu de seguida não interessasse ou quem sabe se não me deixaste sozinha na praia e foste embora - o que não seria de estranhar, tendo em conta a tua personalidade. Acho que ainda não te vi sorrir desde que voltaste.
Sabes, mesmo no quadro, tens o semblante sério, muito sério, e o meu é melancólico, triste. Estamos bem um para o outro, embora se note claramente que sou quem se abeira em ti e tu permaneces hirto, com as mãos bem afastadas de mim.
Mas eu não sou saudável e quero-te. Talvez não queira manter contacto com a realidade e pondere a possibilidade de esquecer os conselhos que me deram lá na terapia acerca de continuar a distinguir o palpável do imaginário. Onde encontro alguém como tu cá fora? Já lá vão uns 3 anos, o crescimento não resolveu nada.
Não me fodas a cabeça, amo a ideia de ti e não tenho culpa de precisar tanto dela.

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Comentários:
Ai, adorei.
 
acho que às vezes só por sabermos que temos alguém à nossa espera não custa tanto a viagem. muito bonita a carta, a propósito quem é o rui?
 
há momentos que me dá para pensar nisto, há outros que finjo que não sei. é que as pessoas por vezes não reparam mas poe-nos de parte, e por mais que não queiramos magoa, eu digo que não e que não me importo mas no fundo fico magoada. é bom quando alguém nos compreende.
 
ultimamente tenho me interessado, leio o que é bonito, não pelo nome.
ora essa, é uma coisa que admiro em ti.
eu sei que não. gostava de ter essa capacidade de imaginar mas sou limitada, mas a favor tenho uma amiga verdadeira. bem bom :)

 
Mas de onde veio o Mitchell e a Kenzi para a conversa?
 

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