As peripécias começaram ainda antes de Novembro, quando me lembraram do NaNoWrimo e eu pensei "hey, já que este ano vi isto a tempo, porque não participar?". A partir da tomada de decisão, foi o maior dos stresses, pois são tantas ideias, mas apenas uma pode ser a escolhida. Tinha duas cartas na manga, deitei-as no charco e comprei um baralho novo com o qual não estava familiarizada, cujas imagens me pareciam vagas e difíceis de jogar. Por uns tempos, foi difícil decorar a cara da rainha e dos valetes, sentia-me insegura...mas depois Novembro chegou e tudo se alterou.
Talvez nunca tenha escrito nada com tamanha extensão, talvez nunca tenha arriscado tanto ou passado tantas horas a escrever. Foi uma corrida contra o tempo, mas, principalmente, uma corrida contra a preguiça. No final, não cheguei à meta, mas que interessa isso? Tenho a vida toda pela frente para acabar de o escrever ou, pelo menos, até a revolução das focas começar (porque aí vou estar muito ocupada a combater leões marinhos). O facto é que conheci as minhas personagens e a minha afeição despoletou a um ritmo crescente. Estou embrenhada na minha trama, sofro pelo sofrimento delas, amo-as, amo as diversidades, adoro sentir a luta dentro de mim porque os dois lados estão tão misturados e eu não consigo detestar quem luta do lado contrário ao meu. É uma história de contradições, disso nunca duvidei.
O NaNo ensinou-me a conhecer as minhas limitações, mas também a minha força de vontade e a minha capacidade de trabalhar sob pressão. Não tenho dúvidas de que ganharia se não tivesse tirado uma semana de...férias? Sim, férias.
Sentimos que fazemos parte de algo e é maravilhoso. São pessoas de todos os cantos do mundo a lutar para um mesmo objectivo...para o ano, talvez me alie aos Nano Rebeldes, o que é irónico, tendo em conta o meu livro deste ano. De qualquer forma, sei que vou continuar a participar enquanto os meus dedos funcionarem e quando estiver muito frio em Tóquio para eu conseguir mexê-los, o meu japonês há-de ser coagido a teclar o que eu lhe ditar - senão fica até Dezembro sem focas nocturnas.
Etiquetas: nanowrimo
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