Nos teus olhos, vi a fome do mundo. As tuas palavras feias a conspurcar uma imagem que podia ser perfeita - tão perfeita! - se não tivesse já sido corrompida por raiva e lágrimas de fogo. Ardem-te as faces agora? Passa os lábios de sal pelas minhas feridas que eu não me importo... auto-destrutiva, lembras-te? A dor fica-me bem como te fica a ti bem o ódio.
Enganar-te-ia com promessas esperançosas de um futuro promissor, mas futuro promissor é coisa que tu não tens. Não tens, não temos... Não te sentirás melhor porque nunca serás um dos outros, nunca te integrarás na terra, nem no céu, filho do infortúnio.
Liga o rádio, roda a chave na ignição e foge nesse pedaço do mundo que tu abominas. Podíamos correr na estrada, não podíamos? Talvez morrêssemos desnutridos, à beira do sol, eu e tu mais uma vez.
Lembra-te dos pactos idiotas que fazíamos naquelas noites, filho do além, e lembra-te que não há espaço para nós aqui e que nunca poderia haver espaço
entre nós. Um aniquilaria o outro, sugar-nos-íamos até não restar nada e seríamos o fim um do outro. É por isso que quebro o ciclo vicioso e te grito mentiras, atrás de mentiras, atrás de mentiras que te impeçam de vir atrás de mim.
Corre, desgraçado. Corre, porque a vida acaba cedo.
ps: o non sense de posts agora acalma porque eu já acabei de postar tudo o queria do que tinha no sapo.
Etiquetas: contos-de-fadas
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