A rapariguinha avançou pelas folhas secas.
“Tic-tac, tic-tac, tic-tac.”
O relógio avançava sem piedade e a menina sentia-se sozinha.
“Socorro…”
Ninguém a ouve, ninguém a vê e à sua volta as sombras da floresta movem-se rapidamente. Sente-se perdida, quer chamar o seu cavaleiro - aquele que supostamente a defenderia na vida e na morte -, mas depois lembra-se de que ele não é real...
“Eu amo-te.”
É tudo mentira, tudo ilusão e ela está desesperada. Os amigos estão e sempre estiveram lá, mas a princesa entrou no sombrio das árvores porque queria o cavaleiro.
“Onde estás?!”
As lágrimas grossas escorrem na sua pele de porcelana e a tiara de cristal não reflecte coisa alguma. Senta-se no chão molhado a abraçar os joelhos, o vestido sujo de lama, e fecha os olhos.
“Estou aqui…”
A menina agarra os braços como se assim agarrasse os dele.
“O teu cavaleiro não é real.”
Fecha os olhos com mais força e deixa a chuva cobrir-lhe o corpo. Escuta a voz dele tão perto que desiste, decide desfalecer: só assim a poderá ouvir para sempre.
Mais uma vez, a princesinha abraça o cavaleiro.

aos anos que isto já foi.

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Comentários:
isto é tão triste.
 
Adoro, como sempre, e dá para pensar.
 

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