tenho passado as noites em sufoco, meu amor, e sem ter as tuas mãos em torno do meu pescoço. que curioso, que novidade, mas que desnecessário também. não me sabe bem sufocar sem quê, nem para quê. não me compensa, não me convém, não me presenteia com nenhum tipo de vitória.
se for para sufocar, quero sufocar sob o teu peso, entre os teus braços, com os teus dedos a apertar-me a garganta. assim, sem mais nem menos, não quero que me acordem em agonia e suor. não quero, não quero, não quero...
acorda-me tu com o teu calor insuportável, a colares-te todo em mim durante o verão, quando os cobertores são quentes demais, mas tu insistes em mantê-los a cobrir-nos.
sufoca-me apenas tu, meu pedaço de alma. não me deixes dormir, inquieta-me as noites, deixa-me com insónias e olheiras, morde-me a boca.
não me deixes sufocar por mim mesma, entregue a pesadelos com rostos estranhos e histórias que nada me dizem, sem qualquer tipo de prazer, sem qualquer tipo de gratificação. reclama a minha dor para ti apenas e eu serei feliz (dormirei melhor, também).


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