Um poema sobre o sono:
sobre a cama ou no chão
nunca consegui dar-te um não
consegui dar-te muitas outras coisas

mas, enfim, hoje tentei com a cabeça na almofada
(senti falta de quando me colocas sob a almofada)
e tentei com os lençóis a cobrir o corpo
(tu tens a mania de deixar tudo a descoberto)
tentei de luz apagada,
já que contigo é sempre de luz acesa
tentei em todas as posições
(tentámos quase todas, não?)
tentei durante o dia
(já tínhamos experimentado durante a noite)
tentei sozinha, acompanhada,
em grupo ou a pares, nada resultou.

as pálpebras cerram-se apenas debaixo dos teus dedos
e não há música que me embale,
senão o som rouco que sai da tua garganta

tentei escrever um poema, não resultou
tentei dormir, senti insónias
tentei abordar o sono, abordei-te a ti.

(agradeçamos pela minha vulgaridade nunca apagar as estrelas)

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