Tinha decidido não fazer uma crítica a
Nana, porque já acabei de a ver há algum tempo, mas como a Yasmin até me incentivou a fazer, eu decidi dar-lhe uma oportunidade. Foi o meu primeiro anime, portanto, muitos feelings, e deu o nome ao meu blog. Aqui fica:
Nana conta a história de Nana Osaki e Nana Komatsu, duas jovens com o mesmo nome, a mesma idade e o mesmo objectivo de chegar a Tóquio.
Nana Komatsu muda-se para Tóquio para conseguir realizar o seu sonho, juntar-se ao namorado, Shouji, e viver a vida de uma perfeita dona de casa, esposa exemplar. Já Nana Osaki toma o mesmo comboio que a primeira, mas a sua meta é conseguir tornar-se uma cantora profissional e ganhar o prestígio para a sua banda punk rock de longa data, os
Blast (abreviação para
Black Stones).
As coincidências continuam a querer cruzar os caminhos de ambas as jovens e o destino leva-as a partilharem uma casa e, consequentemente, também uma forte amizade que será tanto a salvação como a perdição de ambas. A história foca-se nos laços criados entre as raparigas, abordando também temáticas como o amor ou a toxicodependência, intrincando-se em fios que conduzem a diversas situações, personagens e reviravoltas.
Nana Osaki é reservada, dona de uma personalidade forte e fechada, é carismática, talentosa e muito decidida. O seu grande amor, Ren, é-lhe também proibido pelas circunstâncias; Ren fez parte dos
Blast e mudou-se para Tóquio com o mesmo ideal de Nana, porém, nem a distância, nem o abandono cortam o sentimento que os liga, talvez, até à morte.
Nana Komatsu é uma mulher-menina, mimada, muito carente e fácil de amar. Tem uma necessidade tão grande de preencher os buracos do seu interior que se liga a qualquer pessoa que lhe estenda a mão, na esperança de conseguir sentir-se completa, no entanto, a sensação de que um pedaço se perdeu pelo caminho é uma das coisas que vai ligar ambas as raparigas.
É uma história muito madura que se vai aprofundando e tornando-se mais negra, à medida que as protagonistas cometem os seus erros, se deixam levar pelos seus defeitos, tomam as decisões erradas e se afastam, ainda que o desejo das duas fosse, desde início, permanecerem unidas.
Todas as personagens, principais ou não, são muito humanas, não há realmente o protótipo de herói ou de vilão, têm dois lados, caem, erguem-se, mas creio que o espectador não chega a ser capaz de detestar qualquer uma delas porque, de certa forma, é muito fácil identificarmo-nos com as personagens de Ai Yazawa. É provavelmente o carácter realista do anime que me faz amá-lo tanto e achá-lo o melhor, mais completo e também mais convincente dos que já assisti (que são bastante poucos, o que não invalida o facto deste ser extraordinário).
Não consigo escolher personagens favoritas, amo todas de alguma maneira.
Infelizmente, a autora do mangá adoeceu e ele não foi terminado. Quando ao fim do anime, é, de certa forma, deixado em aberto, pois os realizadores nunca poderiam atribuir-lhe um fim definitivo, sem a base do anime estar acabada. Há também dois filmes, o primeiro muito bom, o segundo nem tanto, mas apenas devido à má escolha de casting. De qualquer forma, recomendo o anime, os especiais que são como breves sumários dos episódios anteriores, os filmes e ponho as mãos no fogo em como os mangas devem constituir uma leitura super interessante, apesar de ainda não ter conseguido ler.
Etiquetas: animes
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