Tenho buracos nas mãos e a mata tem um buraco do tamanho do mundo. Quando corro pelas folhas sempre molhadas e esfrego os dedos no musgo, os buracos ficam escorregadios, mas não fecham, no entanto, nunca pareço deslocada com as aberturas na minha pele se estiver na mata. Aqui todos temos  feridas, umas maiores do que outras, umas nos braços, outras no coração, umas do mesmo tipo que as feridas das minhas palmas - naturais - e outras que nós mesmos criamos. Mas por mais esburacados, estranhos e inadequados que sejamos, nunca nos sentimos deslocados, porque somos todos igualmente quebradiços e húmidos.


ps: transferi o hellmouth para aqui e mudei o nome, because i can.

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Comentários:
Adorei.
 
Arigato.
 

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