Gostava muito de tornar a pegar no post da Coreia, porque eu ia mesmo bem intencionada, mas o meu problema é que quando decido escrever perco-me, não digo nada de jeito, não consigo transmitir a ideia e quando divido acabo por perder a linha de raciocínio, então nunca mais torno a dissecar o tema.
Outro assunto que me apoquenta é que começo a fartar-me das minhas pseudo-relações e das que os outros me inventam. Cheguei ao ponto que queria e consigo guardar tudo para mim, portanto, dou largas à imaginação alheia e estou convencida de que agora me atribuem romances com assaltantes de bancos de sangue ou algo do género - quer dizer, isto era uma explicação no caso de existir um namorado que eu nunca conto quem é.
Há uma certa beleza na segurança do mistério, pelo simples motivo de que nunca fico por baixo se ninguém souber da minha vida; se me dizem com um certo ar de firmeza que eu, obviamente, não namoro, é mais fácil eu retorquir "se tu o dizes..." com um sorriso vago a acompanhar e deixar a pessoa a pensar que "hey, se calhar tem e não me contou nada" do que dar a parte fraca e admitir que "sim, ninguém me quer, sou a única que permanece solteira". E por ter chegado a estas conclusões, é que eu fiz de mim túmulo, mas deixei a campa cheia de interrogações no local das inscrições, só que isto chega para enganar os outros, mas não chega para me enganar a mim mesma...
Tinha muito prazer em conseguir alterar-me e, de quando em quando, traço o plano na cabeça, mas nunca coloco em prática. Aponto para o céu, pois sei que me é impossível chegar até lá e porque sei menos do céu do que sei da terra, então não escolho ninguém da terra. Quanto mais distante a pessoa me for, mais difícil será reconhecer os defeitos - e eu reconheço muitos quando analiso os outros. Por excesso de esquisitice ou egocentrismo, acho-me sempre superior aos meus pretendentes, ou porque sou mais bonita, ou porque sou mais inteligente, ou porque eles não têm a cultura necessária para me entenderem, ou porque eles não são deslocados como eu...e quanto mais penso nisto, mais desvalorizo as opções disponíveis.
Devia deixar de sonhar com coisas impossíveis, com homens que não existem, com personagens literárias e focar-me em rapazes simples, em boas pessoas, em relações normais e descomplicadas. Fodam-se os contos-de-fada e a porcaria das telenovelas que vi em excesso! Foda-se também a minha estrutura psicológica e o meu ego.
Etiquetas: desordem da personalidade, polegar para baixo
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