Se não fosse uma carta, chamava-se angústia.
Não sei o que é isto. É como se tivesse branco e preto constantemente a lutarem dentro de mim...Sinto-me muito feliz, porque estive tão cega durante um ano que não reparei que o Afonso poderia ser um dos meus melhores amigos. Estou aliviada, extremamente aliviada porque ontem o consegui abraçar e só sentir carinho; é muito bom sentir carinho, quando se abraça alguém.
Mas isto é terrivelmente estúpido, porque me sinto a sufocar no fim-de-semana, porque não vejo a Arco Íris (eu depois já te explico a causa do nome) e me sinto cheia de vontade de voltar para as aulas - vontade de voltar para as aulas, eu.
Quando ela sorri, o mundo todo faz sentido. E descobri que o cabelo dela não é castanho, tem traços de ruivo e os olhos dela são quase dourados.
Ontem tive um breakdown e deixei sair tudo. Chorei porque já não sabia o que era sentir-me tão sozinha...sempre fui sozinha, mas tinha os meus grupos ocasionais que serviam para disfarçar o espelho, agora, tenho poucos amigos e dispersos. Pior, às vezes, chego a duvidar se terei amigos.
Chorei porque não posso contar à minha única amiga permanente, porque não sei se ela entenderia. O engraçado é que ainda não parei para questionar quem sou e não me sinto com medo de ninguém, a não ser da Arco Íris; não estou a pensar nos outros, o meu receio não é o que os outros acham, mas sim o que ela acha.
Chorei porque não sei o que isto é e não sei como lidar com isto. Eu gosto de ter controle.
Estive a reparar e afinal sou muito parecida com as minhas personagens, afinal elas têm todas pedaços de mim e eu não sou assim são desinteressante. Não sou fria, adoro calor corporal, tal como o Nate. E às vezes sou como o Dale e não posso ver a minha cara no espelho. Também gosto de ajudar os outros como a Kennedy (fosse esta a minha parecença mais óbvia com a Kennedy e eu não te estava a escrever...). Tenho o ar carrancudo do Lennart e gosto de brincar com os outros como o Sebastian.
Estou a divagar, não estou? Divagar é aquilo em que me saio melhor.
Sabes, ela viu-me a chorar e foi contar a outra rapariga. Depois perguntou-me se eu estava bem, disse que me viu e que só não foi falar comigo porque não somos amigas, mas agarrou-me sem eu estar à espera e deu-me dois beijos.
Oh, porra, se calhar ela pensa que aquilo era só eu a brincar. Não era, eu gosto mesmo dela.
Foda-se para o meu ashtray heart.

Kate Addison Cooper

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Comentários:
Pelo menos, ainda te consegues relacionar com eles...
 
Não que isso te mude algo.
 
Kate venho-te informar, que a Maria está bem, um pouco aborrecida mas bem. Ela está sem pc
 
eu tenho mesmo que vir ler-te quando tiver tempo. como andam as coisas por aí?
 
Que música?
 
porra, kate. vê se ficas bem. não gosto de saber que andas por aí em baixo.
 

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